Devido à alta incidência das doenças respiratórias e aos sintomas gerados por elas no dia a dia, a busca pelo tratamento para rinite está aumentando cada vez mais. Segundo dados da Asbai, cerca de 26% das crianças e 30% dos adolescentes brasileiros sofrem de rinite. Apesar de muitas vezes ser subestimada, a rinite pode atrapalhar na qualidade de vida tanto quanto a asma, outra doença que preocupa os médicos. Descubra, abaixo, como é possível realizar o tratamento para rinite e conheça um pouco mais sobre a doença em si.
O que é rinite? A rinite é uma doença respiratória que se caracteriza pela inflamação da mucosa que reveste internamente o nariz. Ela pode ser classificada em dois tipos:
1) Infecciosa Também conhecida como aguda, trata-se do tipo de rinite que surge quando a pessoa se encontra gripada ou resfriada. No caso, a mucosa nasal é atacada por vírus, bactéria ou fungo, levando ao surgimento de sintomas como:
obstrução e secreção nasal;
dificuldade para respirar;
mal-estar;
dor de cabeça;
cansaço;
febre;
espirro;
sensação de formigamento no nariz e na garganta;
mudança nos sentidos de olfato e paladar.
Esses sintomas costumam sumir após alguns dias, sem que haja necessidade de realizar um tratamento para rinite.
2) Alérgica A rinite alérgica ocorre quando o sistema imunológico reage exageradamente a partículas alérgenas existentes no ar, como:
poluição;
poeira;
pólen;
fumaça de cigarro;
produtos químicos;
perfume.
Segundo o relatório da Organização Mundial da Alergia (WAO, sigla em inglês), cerca de 40% da população mundial sofre com rinite alérgica, o que a torna a doença respiratória de maior prevalência. Esse número tem aumentado nos últimos anos, principalmente, devido ao crescimento da poluição ambiental. Seus principais sintomas são:
obstrução nasal;
rinorreia aquosa;
espirro;
prurido nasal e ocular;
hiperemia conjuntival;
lacrimejamento;
fotofobia;
acentuação das linhas das pálpebras inferiores.
Apesar de serem considerados sintomas de pouca gravidade, a doença está entre as dez razões mais frequentes de atendimento primário à saúde, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde. Um dos diferenciais desse tipo de rinite é que é comum que ele venha acompanhado de sinusite, podendo desencadear, ainda, em dores de cabeça e nos olhos.
Qual é o melhor tratamento para rinite? Como a rinite infecciosa costuma surgir junto a gripes e resfriados, o tratamento para estes casos consiste na melhora da causa-raiz, o que ocorre, normalmente, em até uma semana. Já no tipo alérgico, o tratamento para rinite pode ser realizado das seguintes maneiras:
1) uso de medicamentos Os anti-histamínicos são as substâncias mais utilizadas no tratamento para rinite. Eles atuam evitando que sintomas como prurido nasal, espirros e coriza prejudiquem na qualidade de vida da pessoa. Esse tipo de medicamento pode ser utilizado de forma tópica ou oral, porém o último caso costuma ser o mais recomendado devido à facilidade de aplicação, baixa incidência de efeitos adversos e melhora da adesão. Como os anti-histamínicos não são efetivos sobre a obstrução nasal, é comum que eles sejam administrados juntamente com descongestionantes nasais, que atuam na vasoconstrição. As versões tópicas dos descongestionantes devem ser utilizadas por, no máximo, 5 dias. Conforme material do III Consenso Brasileiro sobre Rinites, o seu uso prolongado pode causar efeito rebote. O uso do tipo oral também deve ser controlado, pois pode levar a efeitos indesejados como:
hipertensão;
cefaleia;
ansiedade;
tremores;
palpitações;
náusea;
vômitos.
Além desses dois medicamentos, o otorrinolaringologista pode indicar:
corticóide;
descongestionante ocular;
broncodilatador;
anti-inflamatório.
2) Vacinação A vacina vem sendo muito utilizada como tratamento para rinite porque visa a dessensibilização do paciente. Conhecida como imunoterapia, consiste na aplicação de pequenas doses da substância causadora da alergia a fim de incentivar que o organismo se acostume e, com o tempo, pare de reagir exageradamente quando exposta a ela. Apesar de não haver tanta informação a seu respeito, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece a imunoterapia, desde 1990, como o único procedimento que consegue modificar efetivamente o curso das doenças alérgicas. Atualmente, a vacinação tem a capacidade de atuar somente nos alérgenos mais comuns, os quais são:
pólen;
pelo de animais;
ácaros.
Como ele atua no sistema imune e conduz a um estado de tolerância, uma das suas vantagens é que reduz a necessidade de utilizar fármacos controladores da doença. O único porém desse tratamento para rinite é que ele pode demorar anos, sendo necessário paciência e perseverança. Caso ele seja interrompido antes do tempo, há o risco de perder totalmente a sua eficácia. Segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia & Sociedade Brasileira de Pediatria, a imunoterapia é contraindicada somente para pacientes que tenham doenças coronarianas, que utilizem algum betabloqueador ou que tenham distúrbios no sistema imunológico, como as doenças imunológicas.
3) Lavagem nasal A realização de lavagem nasal é um tratamento para rinite considerado paliativo, ou seja, alivia temporariamente o entupimento do nariz, melhorando o olfato.
4) Higienização ambiental Esse tipo de tratamento para rinite consiste em evitar que haja o contato com substâncias que desencadeiam a alergia. Neste caso, o objetivo principal é a prevenção das crises.
As principais medidas que podem ser adotadas são:
mantenha a casa e, principalmente, o quarto, sempre limpos;
ao invés de utilizar vassouras, que espalham o pó pelo ambiente, prefira passar um pano úmido;
utilize aspiradores de pó mais eficientes e que tenham filtros especiais;
evite carpetes, cortinas, tapetes, bichos de pelúcia, móveis e outros utensílios que possam acumular poeira;
evite travesseiros e colchões de paina ou pena, dando preferência para os compostos de espuma, fibra ou látex,
mantenha as peças sempre bem ventiladas;
não bloqueie a entrada do sol, pois ele evita que haja o desenvolvimento de fungos;
não deixe camas e berços justapostos à parede;
evite inseticidas e produtos de limpeza com odor forte;
evite utilizar talcos, perfumes e desodorantes, principalmente os em spray.
Porque é importante tratar a rinite
Mais do que conter os sintomas da doença, é importante realizar o tratamento para rinite adequado porque ela pode levar ao surgimento de outros problemas, como:
otites;
sinusite;
ronco.
Assim, é importante consultar-se com um otorrinolaringologista. Por meio de exames específicos, é possível determinar qual é o alérgeno causador da doença e, assim, iniciar o tratamento mais adequado. Em caso de dúvidas, entre em contato conosco. Além disso, siga-nos nas nossas redes sociais: Facebook, Instagram e YouTube, e fique sempre informado sobre tudo o que envolve a sua saúde otorrinolaringológica.
Material escrito por: Dr. Guilherme Webster - Otorrinolaringologista - CRM 15905 / RQE 11880 Dr. Guilherme Webster é formado em Medicina pela UFSC e realizou a residência médica em otorrinolaringologia pelo Hospital do Servidor Municipal de São Paulo. Seus principais interesses são o tratamento clínico e cirúrgico em rinologia, otoneurologia, otoplastia, atendimento pediátrico e distúrbios de deglutição.
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