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Foto do escritorDr. Guilherme Webster

Existe tratamento para rinite?

Devido à alta incidência das doenças respiratórias e aos sintomas gerados por elas no dia a dia, a busca pelo tratamento para rinite está aumentando cada vez mais. Segundo dados da Asbai, cerca de 26% das crianças e 30% dos adolescentes brasileiros sofrem de rinite. Apesar de muitas vezes ser subestimada, a rinite pode atrapalhar na qualidade de vida tanto quanto a asma, outra doença que preocupa os médicos. Descubra, abaixo, como é possível realizar o tratamento para rinite e conheça um pouco mais sobre a doença em si.

O que é rinite? A rinite é uma doença respiratória que se caracteriza pela inflamação da mucosa que reveste internamente o nariz. Ela pode ser classificada em dois tipos:

1) Infecciosa Também conhecida como aguda, trata-se do tipo de rinite que surge quando a pessoa se encontra gripada ou resfriada. No caso, a mucosa nasal é atacada por vírus, bactéria ou fungo, levando ao surgimento de sintomas como:

  • obstrução e secreção nasal;

  • dificuldade para respirar;

  • mal-estar;

  • dor de cabeça;

  • cansaço;

  • febre;

  • espirro;

  • sensação de formigamento no nariz e na garganta;

  • mudança nos sentidos de olfato e paladar.

Esses sintomas costumam sumir após alguns dias, sem que haja necessidade de realizar um tratamento para rinite.

2) Alérgica A rinite alérgica ocorre quando o sistema imunológico reage exageradamente a partículas alérgenas existentes no ar, como:

  • poluição;

  • poeira;

  • pólen;

  • fumaça de cigarro;

  • produtos químicos;

  • perfume.

Segundo o relatório da Organização Mundial da Alergia (WAO, sigla em inglês), cerca de 40% da população mundial sofre com rinite alérgica, o que a torna a doença respiratória de maior prevalência. Esse número tem aumentado nos últimos anos, principalmente, devido ao crescimento da poluição ambiental. Seus principais sintomas são:

  • obstrução nasal;

  • rinorreia aquosa;

  • espirro;

  • prurido nasal e ocular;

  • hiperemia conjuntival;

  • lacrimejamento;

  • fotofobia;

  • acentuação das linhas das pálpebras inferiores.

Apesar de serem considerados sintomas de pouca gravidade, a doença está entre as dez razões mais frequentes de atendimento primário à saúde, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde. Um dos diferenciais desse tipo de rinite é que é comum que ele venha acompanhado de sinusite, podendo desencadear, ainda, em dores de cabeça e nos olhos.

Qual é o melhor tratamento para rinite? Como a rinite infecciosa costuma surgir junto a gripes e resfriados, o tratamento para estes casos consiste na melhora da causa-raiz, o que ocorre, normalmente, em até uma semana. Já no tipo alérgico, o tratamento para rinite pode ser realizado das seguintes maneiras:

1) uso de medicamentos Os anti-histamínicos são as substâncias mais utilizadas no tratamento para rinite. Eles atuam evitando que sintomas como prurido nasal, espirros e coriza prejudiquem na qualidade de vida da pessoa. Esse tipo de medicamento pode ser utilizado de forma tópica ou oral, porém o último caso costuma ser o mais recomendado devido à facilidade de aplicação, baixa incidência de efeitos adversos e melhora da adesão. Como os anti-histamínicos não são efetivos sobre a obstrução nasal, é comum que eles sejam administrados juntamente com descongestionantes nasais, que atuam na vasoconstrição. As versões tópicas dos descongestionantes devem ser utilizadas por, no máximo, 5 dias. Conforme material do III Consenso Brasileiro sobre Rinites, o seu uso prolongado pode causar efeito rebote. O uso do tipo oral também deve ser controlado, pois pode levar a efeitos indesejados como:

  • hipertensão;

  • cefaleia;

  • ansiedade;

  • tremores;

  • palpitações;

  • náusea;

  • vômitos.

Além desses dois medicamentos, o otorrinolaringologista pode indicar:

  1. corticóide;

  2. descongestionante ocular;

  3. broncodilatador;

  4. anti-inflamatório.

2) Vacinação A vacina vem sendo muito utilizada como tratamento para rinite porque visa a dessensibilização do paciente. Conhecida como imunoterapia, consiste na aplicação de pequenas doses da substância causadora da alergia a fim de incentivar que o organismo se acostume e, com o tempo, pare de reagir exageradamente quando exposta a ela. Apesar de não haver tanta informação a seu respeito, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece a imunoterapia, desde 1990, como o único procedimento que consegue modificar efetivamente o curso das doenças alérgicas. Atualmente, a vacinação tem a capacidade de atuar somente nos alérgenos mais comuns, os quais são:

  • pólen;

  • pelo de animais;

  • ácaros.

Como ele atua no sistema imune e conduz a um estado de tolerância, uma das suas vantagens é que reduz a necessidade de utilizar fármacos controladores da doença. O único porém desse tratamento para rinite é que ele pode demorar anos, sendo necessário paciência e perseverança. Caso ele seja interrompido antes do tempo, há o risco de perder totalmente a sua eficácia. Segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia & Sociedade Brasileira de Pediatria, a imunoterapia é contraindicada somente para pacientes que tenham doenças coronarianas, que utilizem algum betabloqueador ou que tenham distúrbios no sistema imunológico, como as doenças imunológicas.

3) Lavagem nasal A realização de lavagem nasal é um tratamento para rinite considerado paliativo, ou seja, alivia temporariamente o entupimento do nariz, melhorando o olfato.

4) Higienização ambiental Esse tipo de tratamento para rinite consiste em evitar que haja o contato com substâncias que desencadeiam a alergia. Neste caso, o objetivo principal é a prevenção das crises.

As principais medidas que podem ser adotadas são:

  • mantenha a casa e, principalmente, o quarto, sempre limpos;

  • ao invés de utilizar vassouras, que espalham o pó pelo ambiente, prefira passar um pano úmido;

  • utilize aspiradores de pó mais eficientes e que tenham filtros especiais;

  • evite carpetes, cortinas, tapetes, bichos de pelúcia, móveis e outros utensílios que possam acumular poeira;

  • evite travesseiros e colchões de paina ou pena, dando preferência para os compostos de espuma, fibra ou látex,

  • mantenha as peças sempre bem ventiladas;

  • não bloqueie a entrada do sol, pois ele evita que haja o desenvolvimento de fungos;

  • não deixe camas e berços justapostos à parede;

  • evite inseticidas e produtos de limpeza com odor forte;

  • evite utilizar talcos, perfumes e desodorantes, principalmente os em spray.

Porque é importante tratar a rinite Mais do que conter os sintomas da doença, é importante realizar o tratamento para rinite adequado porque ela pode levar ao surgimento de outros problemas, como:

  1. otites;

  2. sinusite;

  3. ronco.

Assim, é importante consultar-se com um otorrinolaringologista. Por meio de exames específicos, é possível determinar qual é o alérgeno causador da doença e, assim, iniciar o tratamento mais adequado. Em caso de dúvidas, entre em contato conosco. Além disso, siga-nos nas nossas redes sociais: Facebook, Instagram e YouTube, e fique sempre informado sobre tudo o que envolve a sua saúde otorrinolaringológica.


Material escrito por: Dr. Guilherme Webster - Otorrinolaringologista - CRM 15905 / RQE 11880 Dr. Guilherme Webster é formado em Medicina pela UFSC e realizou a residência médica em otorrinolaringologia pelo Hospital do Servidor Municipal de São Paulo. Seus principais interesses são o tratamento clínico e cirúrgico em rinologia, otoneurologia, otoplastia, atendimento pediátrico e distúrbios de deglutição.

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